Contos, Fotos e Histórias do Marquês da Ajuda, Cacela e Sta Rita
sexta-feira, junho 17, 2005
O comboio
O comboio correio passava quase dentro de casa do José Vicente, avô materno do Marquês. A distância entre o último tijolo e a linha do comboio era a de um pombal e uma oliveira situada no meio do galinheiro. À noite sentia-se melhor o poder da locomotiva. Inicialmente, o correio era o último da noite e o derradeiro acontecimento antes de nos deitarmos, mais tarde, o rápido saído do Barreiro às dezoito e quarenta, passava por volta da uma da noite, desfazendo o sonho ao som de lâmina cortando fio de metal. Olhando para o relógio, José Vicente acertava as horas por um determinado momento desse som, dizendo que o relógio estava atrasado, adiantado ou certo. Hoje estou em crer que o fazia pela análise da aproximação do comboio, da intensidade de pressão da roda metálica sobre o carril, conjudados com o tchu-tchu da locomotiva.
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